A família empresária aceita candidatos externos para CEO da sua empresa;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
A família empresária aceita candidatos externos para CEO da sua empresa
O século XXI está a confirmar uma tendência do final do seu predecessor: a abertura da família empresária à entrega da gestão executiva da sua empresa a candidatos não familiares.


O estudo da Russel Reynolds confirma esta evolução: cerca de 2 em cada 3 empresas participantes no inquérito afirmou aceitar candidatos externos à função de seu líder executivo máximo.Os resultados apresentaram uma curiosidade interessante: os dois países mediterrânicos – Itália e Espanha – tipicamente tidos como de grande preponderância da família estão mais abertos a esta tendência do que a França ou, em especial, a Alemanha – tida como muito mais pragmática e com umas políticas de gestão ditas “mais profissionais”.

A empresa familiar é tradicionalmente vista como hermética e com o negócio a ser gerido por pessoas da família (o que é uma realidade na maioria dos casos), contudo existem diversos motivos para que tal não aconteça:
  • O perfil necessário ao próximo líder não encontra correspondência nos candidatos familiares;
  • Não existirem sucessores devidamente preparados;
  • Os potenciais membros da família não desejarem assumir a função;
  • A própria família empresária ter regras limitativas ao recurso a membros familiares.
O que é importante considerar é que uma sociedade pode continuar a ser familiar sem esta assumir a sua liderança executiva, mas exercendo a sua influência a partir do órgão não executivo ou da assembleia geral de sócios.


António Mota, atual presidente do conselho de administração da Mota Engil, deixou, em 2008, de ser o CEO do grupo controlado pela sua família. Nessa altura foi nomeado Jorge Coelho, ex-governante e membro histórico do Partido Socialista, como responsável máximo executivo do Grupo.
Nos 5 anos que se seguiram o grupo cresceu.  
Em 2013, assumindo que o grande ritmo que tinha até então pautado a sua atuação exigia uma tal energia que considerava não ser pessoalmente renovável — o grupo em 2007 tinha alcançado um volume de negócios pouco superior a mil milhões de euros, em 2013 mais do que duplicou esse valor (J2,4 mil milhões) —, Jorge Coelho apresenta a sua demissão. O seu sucessor na função foi Gonçalo Martins, anterior “chief financial officer” (CFO), também membro não familiar.
Uma das caraterísticas deste grupo, muito identificado com o setor da construção, é que a maioria dos membros do Conselho de Administração ou da Comissão Executiva não são familiares.

Temas para reflexão:

  • Qual o perfil adequado e exigível ao próximo líder executivo da empresa?
  • Existem membros da família adequados e disponíveis para assumir a função?
  • Estamos preparados para entregar e trabalhar com um executivo externo?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   http://www.efconsulting.pt
 

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