O empresário familiar é capaz de delegar;

Reflexões sobre Empresas Familiares
O empresário familiar é capaz de delegar

Iniciar um negócio é uma opção que exige um contínuo fluxo de decisões, por parte do empresário, que, numa empresa familiar, tem normalmente a sua concentração numa pessoa – o seu fundador.

A concentração do poder de decisão numa única pessoa, em especial em fases de arranque, possui pelo menos dois aspetos muito positivos: identificação com os objetivos pretendidos e celeridade de resposta. Por outro lado, também se podem identificar possíveis inconvenientes: uma enorme e continuada pressão sobre o decisor e o imediatismo não permitir a devida e aconselhável ponderação, que seria recomendável em algumas situações.
Nestas circunstâncias, não é de estranhar os dados do estudo da Edelman: só 6% consideraram que o empresário familiar tem capacidade de delegar.
A evolução natural da atividade, a complexidade e necessidade de especialização, a velocidade de acontecimentos impactantes na empresa e a integração de mais pessoas são os principais fatores que influenciam e aceleram a descentralização das decisões.
Na empresa familiar assiste-se a esta delegação nas pessoas de maior confiança do empresário, que, sendo normalmente da família, em muitos dos casos são profissionais especializados e competentes nas suas áreas de intervenção.

Horácio Roque
Em 2010, ano em que faleceu, Horácio Roque era o acionista maioritário do Banif — banco constituído em 1988. O primeiro conselho de administração não incluía qualquer elemento da família do empresário, que se tornou administrador e, posteriormente, seu presidente bem mais tarde. Com o seu desaparecimento, as duas filhas passaram a incorporar o Conselho de Administração, mas não a Comissão Executiva.
O atual presidente, Luís Amado, salientou em entrevista ao Diário Económico que “O banco era, de facto, o Comendador Horácio Roque”. “Foi ele que o fez, era ele que o liderava com autoridade e era a sua imagem”. O Banif perdeu a sua liderança e a sua chefia no momento em que mais precisava dela”.

Temas para reflexão:

• Que decisões delegamos e assumimos exclusivamente como nossas?
• Que nível de responsabilidade exigimos?
• Como podemos agilizar a capacidade de decisão na empresa?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es


Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt
 
 
 

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