Planeamento profissional da sucessão;

Reflexões sobre Empresas Familiares
Planeamento profissional da sucessão
A continuidade ao longo dos tempos de uma organização é um tema de tal relevância, para a sua sobrevivência, que não pode ser deixado ao acaso.
Uma regra básica de bom governo de uma empresa passa pela existência de alternativas substitutivas dos seus colaboradores e, de crucial importância, daqueles que desempenham funções que, pelas suas caraterísticas, podem colocar em perigo a sustentabilidade do negócio.
De entre estas pessoas sobressaem os líderes ou principais quadros dirigentes.
No caso das empresas familiares é uma responsabilidade dos gestores e da família acionista desenvolverem um planeamento de longo prazo que permita:
  • Identificar e formar, na teoria e na prática, pessoas com potencial evolutivo;
  • Acompanhar e dar feedback da sua evolução;
  • Um período de coexistência e delegação progressiva de funções e responsabilidades;
  • A delegação efetiva das funções nos sucessores;
  • A saída condigna dos sucedidos.
Planear o futuro não é fácil, mas enfrentar situações de ocorrência certa sem estar preparado, para além de ser um ato de má gestão, é correr um risco que pode ser fatal ou enfrentar um processo normalmente doloroso e traumático para todos os envolvidos.

Avianense, fundada em 1914 por António Lima e João Felgueiras, foi considerada a mais antiga fábrica produtora de chocolate em Portugal. Possuía produtos emblemáticos como bombons Imperador, ovos e fantasias de Natal, napolitanas e as famosas sombrinhas envoltas em papel de fantasia.
Em 1939 os sócios separaram-se, ficando João com a fábrica das massas, entretanto fundada, e António com a dos chocolates, onde trabalhou até à sua morte em 1961. Os seus três filhos continuaram com o negócio até que a sua continuidade foi interrompida em finais de 2004: com dívidas superiores a 2 milhões de euros, foi declarada a sua falência.
No âmbito deste processo, em 2005 Luciano Costa adquire a marca e transfere a produção para Durrães, Barcelos, onde tem vindo a consolidar a marca crescendo o seu volume de negócios.
Nas antigas instalações em Viana do Castelo em 2014, ano do seu centenário, a empresa “Na Rota do Chocolate” inaugurou um hotel temático e um centro interpretativo dedicado ao chocolate, após um magnífico restauro do edifício concebido pelo arquiteto local José Martins.
Este caso particular de insucesso de continuidade empresarial, graças à força da sua marca e das suas instalações emblemáticas, acabou por dar origem a duas novas empresas familiares.

Temas para reflexão:
• Está assegurada a continuidade do nosso negócio?
• É mais oportuna a sua sobrevivência ou o seu término?
• Caso não exista uma solução na família, ponderamos uma externa?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
http://www.facebook.com/ajncosta
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt

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