Aumento generalizado de custos do MB Way pode “matar” aplicação;

Avisam especialistas da ComparaJá.pt
Aumento generalizado de custos do MB Way pode “matar” aplicação
Um aumento generalizado dos custos de uso do MB Way, aplicação da SIBS que permite realizar operações através do smartphone e do número de telemóvel, pode “matar” uma aplicação que conquistou, ao longo dos últimos meses, vários utilizadores. O aviso é de José Figueiredo, CEO do ComparaJá.pt. “Caso haja um acréscimo generalizado dos custos de utilização deste serviço por parte dos bancos, o MB Way poderá cair em desuso, em detrimento de outras soluções internacionais, como a Revolut”, antevê, em declarações à “Vida Económica”, o responsável da plataforma de comparação de produtos bancários.

“O MB Way é uma excelente solução de pagamento, especialmente para os consumidores mais jovens. No entanto, este tipo de soluções mais digitais não deverão ganhar primazia face aos pagamentos via cartão de débito ou cartão de crédito no imediato, e ainda deverá levar algum tempo até que tal venha a acontecer”, explica.
Segundo o ComparaJá.pt, existem instituições, como o Crédito Agrícola ou o Banco CTT, que isentam os seus clientes de quaisquer custos. Pelo contrário, a CGD, o BPI ou o Montepio, por exemplo, cobram 20 cêntimos por operação, um valor que chega a ascender, para transferências para outra instituição, a 1,3 euros no Millennium bcp e a 1,5 euros no ActivoBank. De referir que o Montepio colocou uma nota no preçário para esclarecer que, apesar de ter prevista essa comissão no seu preçário, até ao final de 2019 não cobrará aos seus clientes pelas transferências MB Way.
“Poderá, contudo, acontecer que, apesar de terem esses custos identificados nos seus preçários, algumas instituições não cobrem qualquer comissão aos seus clientes pela utilização do serviço MB Way”, conclui o CEO do ComparaJá.pt.

Custos para
os comerciantes


De cada vez que um cliente paga com cartão de débito ou de crédito num estabelecimento, o comerciante tem de pagar uma comissão à instituição à qual contratou o serviço de pagamento automático. O mesmo acontece com os pagamentos com recurso ao serviço MB Way.
Trata-se da Taxa de Serviço do Comerciante (TSC), uma taxa que o comerciante tem de pagar ao “acquirer” (o banco de apoio) de cada vez que um cliente faz um pagamento. Trata-se de uma percentagem aplicada sobre o valor da venda.
Os valores dessas comissões, que consistem na TSC, variam consoante o pagamento com o cartão se realize através da rede Multibanco ou MB Way, assim como caso seja feito através da rede VISA ou da MasterCard.
Também existem diferenças significativas no valor da TSC caso o pagamento seja feito através de cartão de débito ou de cartão de crédito, sendo os pagamentos a crédito mais dispendiosos para os comerciantes.
“Na ótica do comerciante, importa salientar que o MB Way é limitativo, dado estar disponível apenas para detentores de um cartão da rede Multibanco e de um número de telemóvel português e ainda por ter um limite máximo de 750 euros por operação”, sublinha José Figueiredo.
Aquiles Pinto aquilespinto@vidaeconomica.pt, 15/02/2019
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