Maioria das empresas enfrenta prazos de pagamento superiores aos desejados;

Setenta por cento das empresas sentem dificuldades dos clientes
Maioria das empresas enfrenta prazos de pagamento superiores aos desejados
De acordo com o Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, impulsionado pela Crédito y Caución e pela Iberinform, em 2023 os prazos de pagamento estabilizaram em valores muito semelhantes aos de 2022, quando registaram uma contração significativa. Segundo o estudo, no qual participaram mais de 300 diretores de empresas de todas as dimensões e setores, 13% do tecido produtivo nacional, dois pontos percentuais mais que no ano passado, trabalha com prazos de pagamento superiores a 90 dias.
Apenas 53% das empresas inquiridas operam com prazos inferiores aos 60 dias previstos no Decreto-Lei n.º 62/2013 de transposição da Diretiva Europeia de medidas de luta contra os atrasos de pagamento nas transações comerciais. Embora isso signifique que uma em cada duas empresas opera com prazos mais amplos que os desejados na Europa, o certo é que se trata da melhor percentagem de cumprimento da série histórica, similar à alcançada em 2022.
Oitenta e dois por cento das empresas, dois pontos mais que há um ano, têm de aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados para poderem manter a sua carteira de clientes. O melhor comportamento regista-se no setor público e o pior entre as PME e as grandes empresas. Apenas 11% das empresas que têm relações comerciais com a Administração têm de aceitar uma extensão indesejada dos prazos de pagamento. A capacidade dos trabalhadores independentes para imporem prazos de pagamento também se reduziu para 25%. No caso das PME e das grandes empresas este valor atinge os 42% e os 43%, respetivamente.
Durante a pandemia, as pequenas e médias empresas registaram uma redução progressiva da imposição de prazos mais amplos. Pelo contrário, as grandes empresas registaram um agravamento do seu comportamento enquanto clientes, aumentando a bolsa daquelas que impõem prazos amplos aos seus fornecedores.
Setenta por cento das empresas denotam problemas financeiros nos seus clientes. Esta falta de liquidez volta a ser a razão mais citada para explicar a morosidade empresarial, à frente do atraso intencional (53%), da complexidade dos procedimentos de pagamento (16%), da emissão de faturas incorretas (3%) ou das divergências quanto à qualidade dos bens ou serviços fornecidos (1%).
18/05/2023
Partilhar
Comentários 0