O progresso em Portugal
Como é sabido a correlação entre o grau de liberdade económica num país e o PIB per capita é muito alta (0,68) com zero de hipóteses de ser devida ao acaso.
Liberdade económica significa poder escolher onde cada um aplica o seu dinheiro (tal como na democracia o voto seleciona entre partidos).
Pelo que a liberdade económica requer duas coisas: 1) estado limitado (já que os impostos são coercivos, não opcionais); e 2) muita concorrência nas indústrias entre privados (poucos monopólios, oligopólios e posições dominantes).
E as razões porque ambos contribuem para a riqueza são simples. No estado há uma diferença entre quem paga e quem decide, logo é mais fácil corromper e a corrupção é um imposto sobre o desenvolvimento económico (Friedman).
No estado o dinheiro não vem do cliente mas do orçamento pelo que é mais difícil promover uma cultura de servir bem o cliente (o que eram os países comunistas senão países de empresas públicas?).
E no estado não existe como indicador de qualidade de gestão o lucro (quando este existe as empresas dão à sociedade em vendas mais do que retiram com as compras, i.é cria valor).
Além de que os departamentos estatais para justificar a sua existência, aumentam a sua importância e vendem facilidades após criarem dificuldades, criam mais e mais burocracia que faz os privados perderem tempo.
Depois o grande nível de concorrência entre as empresas no sector privado estimula cada um a dar o seu melhor (um concorrente é um ajudante – E. Burke); cria metabolismo celular, promovendo a renovação do tecido empresarial num mundo em constante mudança; e fornece cada vez melhores exemplos, clientes e fornecedores.
São estas as razões porque a liberdade económica promove o bem-estar. Os países mais livres (Hong Kong, Singapura, Nova Zelândia, Suíça, Austrália, Irlanda) são os mais ricos. E no fim da lista de liberdade económica estão a Coreia do Norte, Cuba, Venezuela, Rep. Congo, etc. com o magnífico exemplo da Grécia em 127º lugar!
Bem, e Portugal?
Portugal é 72º (entre 180 países no ranking de 2018). Muito pior que a Estónia (6º), a Lituânia (16º e que já ultrapassou Portugal em PIB per capita), todos os países escandinavos (apesar da dimensão do estado e devido à concorrência no sector privado), a Letónia (28º), etc. etc.
Implicações? Portugal tem a pior produtividade por empregado da EU-15 (mesmo pior que a da Grécia) e por hora muito abaixo da média da OCDE. PIB per capita já ultrapassado por seis países do alargamento: Eslovénia, Chipre, Malta, Rep. Checa, Eslováquia e Lituânia. Quase um século para chegar à média europeia (ao ritmo da convergência desde Abril de 74). À média. Não aos melhores.