Lisboa precisa de aumentar as áreas para serviços
“Hoje há empresas que querem instalar-se em Lisboa e que não têm facilidade para encontrar espaços disponíveis” – afirmou Fernando Medina. O presidente da Câmara de Lisboa foi o orador convidado da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã.
Fernando Medina afirmou ser necessário aumentar as áreas de serviços na capital. “Temos de resolver essa equação com rapidez”- referiu A resposta passa pelo que considera ser “a maior operação integrada na cidade de Lisboa desde a Expo 98”, com a zona envolvente de Entrecampos e que contempla “uma nova oferta de espaços de escritórios de uma enorme dimensão e que queremos que seja uma montra da Lisboa moderna”.
Fernando Medina transmitiu aos associados da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã uma perspetiva positiva tendo em conta os investimentos que estão a ser atraídos para a cidade.
“Soubemos agarrar as soluções, numa mistura positiva entre o turismo e o investimento imobiliário que nos permitem estar hoje numa situação impar” – afirmou.
Para Fernando Medina, a questão central para quem dirige a cidade de Lisboa neste momento é saber o que se faz em tempo de sucesso, qual é o caminho e a estratégia.
“Em tempos de sucesso nós preparamos o futuro. Porque é em tempo de sucesso que temos mais recursos, mais energia, mais ânimo, e mais capacidade para podermos pensar e agir estrategicamente” – disse.
Turismo continua a crescer
Em sua opinião, é necessário adaptar a cidade à nova realidade económica que este “boom” económico está a colocar. “É um erro dizer que temos turismo a mais, mas também é um erro alguém achar que uma cidade que está a crescer com o turismo há sete anos consecutivos a dois dígitos não tem de se adaptar à nova realidade “ – salientou
Para Fernando Medina, a cidade precisa de se adaptar, porque tem de ter mais serviços públicos, mais infraestruturas públicas, tem de ter capacidade de adaptar os serviços públicos a um ritmo muito mais rápido do que normalmente uma organização é capaz de fazer.
“Se a procura cresce a dois dígitos temos de ter uma base de sustentação capaz de responder. É um desafio difícil e multidirecional. O primeiro desafio é saber gerir o sucesso do turismo e do mobiliário. O turismo representa hoje seis mil milhões de euros na atividade económica geral da cidade, o que é um valor impressionante” – destacou.
Acelerar a qualificação do espaço público
Fernando Medina considera necessário acelerar o investimento na qualificação do espaço público. “Reconhecidamente, esta é a área em que nós ficamos para trás” – admitiu. A área da mobilidade e dos transportes públicos é uma vertente em que a cidade apresenta algum atraso. “Estamos a preparar o primeiro concurso em várias décadas da aquisição significativa de novos elétricos. As cidades que recuaram no sistema de elétricos fizeram um erro. É um desafio que só se vence na globalidade da área metropolitana” - afirmou.
Para Fernando Medina, um dos grandes desafios que Lisboa tem é manter-se uma cidade segura, ao mesmo tempo que é uma cidade aberta e tolerante. “A abertura e a tolerância não são só valores de humanidade e da Europa civilizada. São questões centrais numa economia aberta e de conhecimento” – acrescentou.