“Não pode existir um Estado Social sem empresas competitivas”
“Não pode existir um Estado Social sem empresas competitivas, pois só assim poderemos redistribuir a riqueza que as empresas produzirem”, afirma Maria Salomé Rafael, nas vésperas da apresentação do OE2019 e da realização da sétima edição do NERSANT Business.
Continuadamente a potenciar os negócios (19%) e as exportações (31%) das empresas participantes, a presidente da NERSANT considera o evento uma “aposta ganha”.
“Mas o grande mérito deve ser dado às empresas ribatejanas e nacionais, pela sua capacidade de aumentar a qualidade e competitividade dos seus produtos e serviços”, acrescenta Salomé Rafael.
Vida Económica – Quais os objetivos para a sétima edição do NERSANT Business?
Maria Salomé Rafael – Os objetivos do NERSANT Business 2018 passam sobretudo por promover as exportações e a internacionalização das empresas ribatejanas e portuguesas e por atrair investimento estrangeiro para o Ribatejo e para o nosso país. Estes objetivos estão na génese do evento e mantêm-se bem atuais.
Na primeira edição, em 2012, recebemos delegações de seis países. Este ano, estarão 36 países representados, em busca de oportunidades de negócio em diferentes setores, com destaque para a agroindústria, comércio de produtos agroalimentares e bebidas, construção civil e obras públicas, materiais de construção, energias renováveis/alternativas, metalomecânica, transportes e logística e TIC, entre outros. Esta procura crescente mostra que estamos no caminho certo e que NERSANT Business está alinhado com as empresas e com as suas necessidades e ambições.
Mas o grande mérito deve ser dado às empresas ribatejanas e nacionais, pela sua capacidade de aumentar a qualidade e competitividade dos seus produtos e serviços.
VE – Qual é o segredo do sucesso?
MSR – O NERSANT Business tem um cariz muito pragmático, focado no encontro entre empresários e na concretização de negócios. Esta premissa, que nos acompanha desde a primeira edição, permite que cada um dos empresários portugueses que participam no evento possa reunir no mesmo espaço com empresários estrangeiros, com o objetivo de apresentar a sua empresa, o seu negócio, produto ou serviço e daí obter mais-valias comerciais. Há um trabalho prévio por parte da NERSANT no sentido de elaborar um calendário de reuniões B2B para cada um dos participantes e de acordo com os seus objetivos específicos. E há toda uma planificação para que cada delegação internacional tenha o devido acompanhamento antes, durante e depois do evento. No ano passado, por exemplo, foram realizadas mais de mil reuniões de negócios. Isto só é possível com uma organização forte e com muito pragmatismo. Estamos certos de que este é um ponto diferenciador do evento e algo que queremos continuar a consolidar.
VE – A escalada de uma guerra comercial entre EUA e China é prejudicial para os negócios internacionais?
MSR – Claro que sim, sem dúvida. Uma guerra comercial entre EUA e a China terá um impacto global cujas consequências são imprevisíveis. As medidas protecionistas têm sempre um efeito muito negativo sobre todas as economias, como sabemos.
VE – De que forma é que as empresas portuguesas, e, em particular, as ribatejanas, podem ser afetadas?
MSR – O aumento das barreiras comerciais pode ter um impacto muito negativo sobre a economia portuguesa, nomeadamente sobre as exportações. As empresas ribatejanas, que investiram fortemente, nos últimos anos, na procura de novos mercados e que estão muito focalizadas nos mercados internacionais, poderão ser penalizadas.
VE – Uma última questão sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2019, que no dia em que falamos [a passada segunda-feira] ainda não é conhecida e será apresentada nos próximos dias. Espera que seja “amigo” das empresas?
MSR – A nossa expectativa é de que o novo orçamento possa incluir algumas medidas que são há muito defendidas pelos empresários. Medidas que estimulem o investimento, que melhorem a envolvente externa e que potenciem o crescimento empresarial. Do que se vislumbra, nesta altura, não nos parece que exista alguma medida deste género. Insistimos, por isso, na ideia de que não pode existir um Estado Social sem empresas competitivas, pois só assim poderemos redistribuir a riqueza que as empresas produzirem.
NERSANT BUSINESS VAI TER SÉTIMA EDIÇÃO Empresas participantes aumentam negócios
e exportações A Associação Empresarial da Região de Santarém (NERSANT) promove, de 15 a 17 de outubro, a sétima edição do NERSANT Business, um fórum internacional de negócios. Marcado para o Hotel dos Templários, em Tomar, o evento é uma das maiores mostras de networking em Portugal. Este ano, vai contar com delegações de 36 países, contra seis na primeira edição, realizada em 2012.
A NERSANT realizou um estudo a um universo de 102 empresas que participaram no evento nas edições realizadas nos anos de 2014 e 2015, e concluiu que entre 2012 e 2016 o volume de exportações das mesmas aumentou 28 milhões de euros, um incremento na ordem dos 31%. Na mesma análise, a NERSANT verificou ainda que as empresas participantes no Encontro Internacional de Negócios do Ribatejo viram o seu volume de negócios aumentar mais de 75 milhões de euros entre 2012 e 2016, o que corresponde a um crescimento de 19%. Relativamente aos resultados líquidos do exercício apresentados pelas empresas participantes no NERSANT Business entre 2012 e 2016, que era negativo em 3,6 milhões, constata-se uma melhoria significativa, na ordem dos 20 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 463%. Quanto ao número de empregados, verificou-se a criação de 645 postos de trabalho entre os anos de 2012 e 2016, um aumento de 23%. Há ainda a referir que só 64% das empresas exportavam, tendo este número subido para 73,5%, passando de 65 para 75 empresas. “Estes números confirmam que o NERSANT Business é uma aposta ganha”, afirma Salomé Rafael.
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