Pós Covid19 precisa de novo PEPAC
Se o que sabíamos da elaboração deste documento era pouco ou nada, agora com a crise sanitária que estamos a viver mais se agravam as condições para elaborar um documento que cumpra os timings exigidos e que forneça propostas coerentes e exequíveis em sede da União Europeia.
Foi neste contexto que lancei a proposta de criação de uma "task force" dos mais proeminentes consultores agrícolas, durante um webinário organizado pela Espaço Visual sobre o futuro da agricultura pós Covid 19 e que juntou os responsáveis máximos das consultoras agrícolas Espaço Visual, Agro.Ges, Consulai e TerraProjetos.
Nesse debate, defendi que esta crise vem colocar mais em relevo a necessidade de mudar o paradigma do modelo de ajudas ao investimento e ao rendimento.
E sublinhei algo que há anos tenho vindo a defender: não é possível continuar a dar dinheiro a todos, sem que isso corresponda a prioridades políticas de relevante interesse público.
O meu colega Francisco Gomes da Silva, da Agro.Ges, por seu lado, afirmou que a resposta a esta crise tem de ser europeia. E acrescentou que "temos de ter uma ideia de como vamos gerir o dinheiro que vamos receber do Fundo de Recuperação. O importante não é focarmo-nos exclusivamente na quantidade de dinheiro, mas como o vamos gerir".
Da parte de Pedro Santos, da Consulai, os tempos que aí vêm podem ser muito positivos, embora este consultor reconheça que a agroindústria vai ser obrigada a acompanhar os novos padrões de consumo alimentar.
Por seu lado, João Pereira, da TerraProjetos, defendeu que é preciso políticas públicas concertadas que abranjam o território, as exportações, o emprego, assim como uma maior articulação entre os fundos de investimento agrícola.
Como CEO da Espaço Visual, defendi, também, que o Ministério da Agricultura precisa de um choque de gestão, que permita travar a discricionariedade da Administração.