Aeronáutica portuguesa testa combate a incêndios com drones;

Pandemia em época de fogos
Aeronáutica portuguesa testa combate a incêndios com drones
A indústria aeronáutica portuguesa acredita poder ajudar os agentes da proteção civil a combaterem os incêndios em altura de pandemia de Covid-19, através de aeronaves não tripuladas.  Um grupo de entidades tem um exercício marcado para esta terça-feira (dia 26) no aeródromo da Atouguia da Baleia, em Peniche.
O conjunto de empresas, que conta, para já, com a TEKEVER, o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, a GMV e a Spin.works, representa uma cadeia de valor com capacidade de fornecer no imediato tecnologia não tripulada, apoio à operação, manutenção das aeronaves e tratamentos de dados provenientes dos aviões durante todo o período de fogos florestais.  Em causa está a utilização de tecnologia não tripulada no apoio à prevenção, combate, rescaldo e pós-rescaldo de incêndios, agora considerada pelo executivo para mitigar o risco de contágio entre os agentes de proteção civil. 

Identificação de zonas de risco, deteção imediata de pontos quentes e acompanhamento da progressão das frentes de fogo são as grandes vantagens apontadas pelos promotores a iniciativa no combate aos incêndios florestais. No seu conjunto, as empresas envolvidas reclamam ter mais de 500 engenheiros especializados e representam mais de 90% das exportações nacionais no setor da tecnologia aérea não tripulada.

As empresas irão levar a cabo, em conjunto com os bombeiros locais, um exercício em cenário real de localização de um foco de incêndio, utilizando tecnologia não tripulada. Recorde-se que a Força Aérea foi recentemente autorizada, através de resolução do Conselho de Ministros, a fazer a “aquisição imediata de 12 sistemas de aeronaves não tripuladas para corresponder à necessidade urgente de vigilância aérea adicional, durante o período do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais 2020”.

O sistema aéreo não tripulado de produção portuguesa que será utilizado no exercício é o TEKEVER AR3 (http://uas.tekever.com/AR3). Este já está, segundo os promotores dos testes, “a ser operado internacionalmente em missões semelhantes, contando já com centenas de horas de voo, e sendo já produzido em larga escala”. Com uma autonomia superior a 16 horas, poderá ser operado a partir de qualquer teatro de operações, não necessita de pista para descolar ou aterrar e transmite informação em tempo real dos seus sensores diurnos e noturnos de elevada performance a mais de 100 km de distância.   

“A tecnologia não tripulada de fabrico nacional é uma referência internacional e poderá ser um auxílio fundamental para todas as forças que previnem e combatem os incêndios, mitigando o contágio por COVID-19”, refere Ricardo Mendes, CEO da TEKEVER, empresa de operação e fabrico de drones para missões de vigilância marítima. 



Aquiles Pinto, 25/05/2020
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