FC Porto cumpre fair-play financeiro da UEFA mas capitais próprios caem;

FC Porto cumpre fair-play financeiro da UEFA mas capitais próprios caem
A SAD do FCPorto continua a cumprir com as metas do fair-play financeiro impostas pela UEFA e tudo indica que que poderá deixar de estar debaixo daquele “jugo” a partir de 2019/2020, a últimas das quatro temporadas previstas para acordo entre as instituições. Não obstante, no fim da temporada de 2017/2018, as contas da SAD portistas continuavam no “vermelho” e os capitais próprios eram de 38 120 milhões de euros negativos (bastante acima dos -9135 a 30 de junho de 2017).
O prejuízo era, no fim da temporada passada, de 28,44 milhões de euros, ainda assim com uma melhoria de 6,8 milhões face às perdas de 35,3 milhões de um ano antes. No cálculo do “break-even” do acordo da SAD do FC Porto com a UEFA, são descontados os custos referentes a atividades de desenvolvimento juvenil (formação), custos com amortizações, que não passes de jogadores, IRS e custos relacionados com o próprio “settlement agreement”, entre outros de menor expressão.
Descontando esse valor, que ascendeu a 11,3 milhões de euros, o “break-even” situa-se nos 17,2 milhões de euros negativos. Como a sociedade estava obrigada a um máximo de 20 milhões de euros negativos, pelo que voltou a cumprir, de novo, o acordo com a UEFA. 
A SAD azul e branca  prevê cumprir o plano a quatro anos com o organismo que gere o futebol a nível europeu e atingir número “verdes” no exercício 2018/19, com resultado positivo de 11 milhões de euros. Nesta projeção, a SAD prevê que a equipa principal de futebol atinja os oitavos de final da Liga dos Campeões. "Se tal acontecer, estamos à espera de um valor entre os 67 e os 70 milhões de euros”, prevê Fernando Gomes, administrador financeiro do FC Porto.
Já o EBITDA (cash-flow operacional) era a 30 de junho positivo em 27,9 milhões, acima dos 22,7 de um ano antes. Os custos operacionais (excluindo custos com passes de jogadores) crescem, neste exercício, 11,84 milhões. Fernando Gomes explicou que se deveu, sobretudo, ao acréscimo verificado nos custos com o pessoal, na sequência do pagamento de prémios atribuídos ao plantel e equipa técnica, pela conquista do campeonato nacional. O CFO portista contabiliza seis milhões de euros para essa rubrica.

"Valor do plantel é garantia

Voltando à descida nos capitais próprios para os já referidos 38 120 milhões negativos, Fernando Gomes salienta que não se trata do melhor cenário, mas indica que os montantes pelos quais o plantel e o direito de utilização da marca FC Porto estão contabilisticamente registados abaixo do valor de mercado. “Segundo o site Transfermarkt, muito respeitado, o valor do nosso plantel é no mínimo de 240 milhões de euros. No nosso balanço, o valor que aparece é de 82 milhões de euros", afirma, antes de explicar que, em termos contabilísticos os valores de aquisição de passes são amortizados por duodécimos ao longo do número de anos do contrato.
 
(texto completo na versão em papel de 19 de outubro)
Susana Almeida, 11/10/2018
Partilhar
Comentários 0