Ser empresa familiar influencia a vinculação dos empregados;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
Ser empresa familiar influencia a vinculação dos empregados
Estará a vinculação dos empregados de alguma forma relacionada com a caraterística familiar duma organização?

O estudo da Atrevia (Os valores e a comunicação na empresa familiar) obteve resultados que não oferecem dúvidas: 95% dos inquiridos respondeu que afeta positivamente aquando da sua vinculação laboral.
Numa empresa familiar é natural identificar-se de forma direta quem são os seus líderes e as suas principais caraterísticas – na maioria das vezes refletidas nos valores da empresa –, o que cria um ambiente de proximidade e, no seu limite, permite identificar o rosto de uma pessoa que, tradicionalmente, se mantém na empresa por muito mais tempo que nas congéneres não familiares.
Esta caraterística torna as organizações mais humanas, acessíveis e personalizadas, criando uma sensação de maior justiça e segurança nos empregados: sei quem é a pessoa que tem a última decisão pelo que, se necessitar, é alguém a quem poderei ter acesso direto.

A BIAL foi fundada por Álvaro Portela, em 1924, assumindo por missão desenvolver, encontrar e fornecer novas soluções terapêuticas na área da saúde. António Emílio assumiu a liderança da empresa em 1962. Com o seu falecimento inesperado, o filho Luís tem de assumir a liderança na empresa em 1979. A família Portela foi sempre um acionista de referência, assumindo o controlo total da empresa na sua 3ª geração, por mãos de Luís Portela.
Foi um período crítico pela confluência de várias circunstâncias: Luís era um médico que desejava desenvolver a sua carreira na área da investigação e fora do país; não percebia de gestão; não existiam outros familiares que quisessem assumir a empresa; estava-se no período pós-revolução; …
Assumiu o enorme desafio com a humildade de quem percebia muito pouco do negócio, mas que estava disponível para o agarrar, desde que tivesse o apoio dos colaboradores.
Não foram tempos nada fáceis, mas o resultado está à vista: adquiriu a totalidade do capital aos outros acionistas que não acreditavam no seu sucesso; investe por ano cerca de €50 milhões; é das empresas portuguesas que regista mais patentes; já desenvolveu vários medicamentos que estão em comercialização (um ligado à doença de Parkinson e outro à de epilepsia); em 2011 passou a liderança executiva à 4ª geração, assumindo o seu filho António o cargo de CEO e Miguel é dos Administradores Executivos.
Dos quase 1.000 colaboradores, 77% possui formação superior e cerca de 6% doutoramento, onde se incluem dezenas de estrangeiros. A 12 de abril, numa mesa redonda dedicada aos rumos e desígnios das empresas familiares, Miguel Portela, questionado sobre se ser empresa familiar era um ponto positivo ou negativo numa indústria tão competitiva, salientou que muitos dos doutorados preferiam trabalhar na BIAL, em detrimento de grandes laboratórios, exatamente por ser uma empresa familiar, onde o rosto dos acionistas é conhecido e onde estes possuem um conselho de administração onde a maioria dos membros não são familiares.

 
Temas para reflexão:
 
  • Sermos uma empresa familiar tem algum significado para os nossos empregados?
  • O que pensam os empregados dos familiares que trabalham na empresa?
  • Esta associação familiar pode ser mais potenciada juntos dos colaboradores?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   http://www.efconsulting.pt
 

António Nogueira da Costa Consultor Empresas Familiares www.efconsulting.pt e antonio.costa@efconsulting.pt, 20/04/2017
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