“Finance Talks for Growth” procura melhorar acesso das PME a financiamento;

“Finance Talks for Growth” procura melhorar acesso das PME a financiamento
“Apoiar as PME e garantir condições de acesso ao financiamento é vital para o tecido económico português”, assegura Paula Silvestre. 
Apoiado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), pela Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) e pela Euronext, o programa “Finance Talks for Growth” da foi lançado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), em maio último, para impulsionar a competitividade, a inovação e a internacionalização das empresas portuguesas. A associação está a promover algumas sessões de divulgação da iniciativa. Estas já passaram por Porto, Santarém e Aveiro. Seguem-se Leiria e Famalicão.

O programa “Finance Talks for Growth” visa, sobretudo, apoiar as PME nacionais através de um reforço da informação e de um incremento das competências empresariais ao nível da informação e gestão estratégicas. Os encontros pretendem explicar as várias atividades que o programa vai desenvolver até março de 2020 e expor a abordagem metodológica que será trabalhada com as empresas que se inscreverem.
Paula Silvestre, diretora da AEP Competitividade, fem declarações à “Vida Económica” indica que, durante o “segundo semestre de 2018, o programa pôs em marcha o modelo de governação que o rege” e procurou, fundamentalmente, “envolver as entidades do ecossistema financeiro nacional, sendo que todas as entidades convidadas aceitaram ter assento no Comité Consultivo do programa”.
Cofinanciado pelo COMPETE 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, programa conta para a sua execução com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) e da Euronext, no âmbito do programa Capitalizar.
“A participação das empresas é gratuita e o apoio a prestar não se traduz em montantes financeiros, mas sim no aumento da competitividade, da inovação e da internacionalização, designadamente através do incremento das competências empresariais ao nível da informação e gestão estratégicas, permitindo-lhes o acesso a informação muito relevante e assim reduzir assimetrias de informação ao nível empresarial e facilitar escolhas estratégicas”, refere Paula Silvestre.
No conjunto das regiões Norte, Centro e Alentejo, o programa pretende chegar a 1250 empresas. Para tal, a iniciativa prevê a realização de sessões de divulgação em cinco locais: Leça da Palmeira, Santarém, Aveiro, Leiria e Vila Nova de Famalicão. Além disso, através do site, irão divulgar todas as atividades do projeto, notícias, publicações e resultados do projeto, de forma a poderem disseminar resultados, beneficiando as PME.

Financiamento ainda condicionante o crescimento

A obtenção de financiamento ainda é uma das principais condicionantes do crescimento das empresas nacionais. Segundo a diretora da AEP Competitividade, as empresas portuguesas de pequena e média dimensão, “à semelhança das suas congéneres europeias, lutam contra dificuldades de acesso a financiamento a longo prazo, um constrangimento que tem consequências sobre a sua capacidade de crescimento e competitividade”.
Assegurando que “apoiar as PME e garantir condições de acesso ao financiamento é vital” para o tecido económico português, a responsável acrescentou ainda estar “confiante que, se as PME virem reforçadas as suas competências financeiras, a sua rede relacional e a sua capacidade para aceder a fontes diversificadas de capital vão acelerar as suas oportunidades de crescimento”.
Ainda assim, depois de alguns anos de aperto na concessão de crédito, Paula Silvestre admite que a situação, neste momento, “está a melhorar”, através de várias iniciativas criadas pela “estrutura de missão para a capitalização que já estão no terreno. E este projeto é uma dessas iniciativas”.
Porém, a responsável nota que, “de acordo com o diagnóstico que desenvolvemos e no qual assenta o desenho do ‘Finance Talks for Growth’, detetámos ainda uma estrutura de financiamento com forte dependência de capital alheio, em particular do crédito bancário, condicionado pela situação ainda vulnerável da banca”.
Questionada até que ponto existe ainda um certo desconhecimento de alternativas à banca por parte das PME portuguesas, a diretora da AEP Competitividade indica que “não podemos esquecer que o tecido empresarial português é marcadamente composto por micro e PME, em larga maioria empresas de matriz familiar e, portanto, a relação de confiança com a banca, relação essa frequentemente de base local, é muito forte”.
“Por isso é tão relevante a chegada de um programa que vai informar as empresas de todos os veículos de financiamento que têm ao seu dispor e os que mais se adequam à sua estrutura e ao seu modelo de negócio. Vamos informar com clareza e detalhe e vamos trazer ao processo os vários stakeholders que lidam com cada um desses meios de financiamento, desde capital de risco a private equity, business angels e mercado de capitais, sem descurar a banca”, de modo a que as empresas “avaliem o mecanismo mais ajustado ao seu modelo de negócio, aos seus planos de crescimento e tomem decisões de gestão assentes em princípios de confiança e informação”.
O programa não se esgota nas apresentações que serão feitas. Para além destas “talks” (informação), onde serão apresentados casos de sucesso, mostrando as melhores práticas de gestão empresarial, capazes de acautelar a rentabilidade do investimento e assegurar uma adequada gestão de risco, haver ainda um conjunto de “sessions” (conhecimento), “labs” (desenvolvimento de estratégias, modelos e práticas), “meetings” (networking) e “events” (notoriedade mediática).
Fernanda Silva Teixeira fernandateixeira@vidaeconomica.pt, 15/02/2019
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