“Um conceito onde os projetos se adaptam para que todos possam ter acesso a um arquiteto”;

Mariana Morgado Pedroso, diretora-geral do Architect Your Home Portugal, destaca
“Um conceito onde os projetos se adaptam para que todos possam ter acesso a um arquiteto”
“Para os intervenientes do setor imobiliário, o mais importante é travar a especulação e praticarem-se preços atrativos, não fora dos valores de mercado, pois todos ficam a ganhar no final”, destaca, em entrevista, Mariana Pedroso.
Como surgiu a ideia de trazer para o nosso país a marca Architect Your Home e quais as dificuldades de implantação do conceito?
A ideia de trazer o Architect Your Home para Portugal veio de uma vontade de criar algo diferente do que existia em Portugal na área da arquitetura – no momento em que criei o meu próprio ateliê, senti que, se queria ganhar escala, teria de oferecer algo diferenciado do que já existia, vi o conceito Architect Your Home em Inglaterra, em 2011, que oferece um menu de serviços, flexível e adaptado a cada orçamento, uma rede de arquitetos que têm a mesma visão sobre o papel dos arquitetos e pensei... tenho que trazer isto para Portugal. 
 
Há espaço para a entrada de mais ateliês?
Os princípios que regem o Architect Your Home são os da arquitetura para todos, onde os projetos se adaptam para que todos possam ter acesso a um arquiteto, independente do orçamento ou dimensão do projeto. Neste momento entraram três ateliês novos na região de Lisboa para o Architect Your Home, e estamos em franco crescimento, mas esse crescimento quer-se sustentável e portanto só vamos aceitando novos ateliês à medida que a procura justifica a entrada de novas equipas. Na zona do Porto e Algarve temos arquitetos a trabalhar connosco e apenas na zona Centro e Alentejo é que realmente ainda não temos uma equipa Architect Your Home.
 
Qual o balanço que faz dos sete anos de atividade? 
O balanço é muito positivo, estamos confiantes que continuaremos a criar uma marca forte nos serviços de arquitetura em Portugal. 
 
Que novos projetos têm para 2019?
Em 2019 estamos a apostar na versão, ‘arquitetura para o investimento’ em que criámos o serviço invest.architectyourhome.pt e estamos a apostar em fornecer um serviço 360 graus para investidores, desde a consultoria de apoio na seleção dos imóveis até à decoração chave na mão. 
 
Qual a sua opinião sobre o atual momento a nível da reabilitação dos centros das cidades?
A reabilitação urbana veio revitalizar o mercado da construção. Todos os incentivos e benefícios fiscais criados, a par com uma política de regresso aos centros urbanos, vierram trazer uma nova vida aos centros históricos de muitas cidades portuguesas. Ainda existe um parque edificado extenso a precisar de ser reabilitado e os intervenientes no setor, arquitetos, engenheiros, promotores e câmaras, estão hoje em dia mais alinhados para que se consiga avançar com projetos muito interessantes, respeitando a história destes centros urbanos. 
 
As novas regras do AL podem vir a arrefecer a renovação e reabilitação no centro das cidades?
Creio que as novas regras de AL vão ter impacto no investimento feito nalguns bairros das cidades, com um abrandamento do ritmo da reabilitação nos centros históricos. 
 
Já é visível essa situação em Lisboa?
Já há sete bairros com restrição relativamente a novas licenças, de acordo com o novo regulamento da Câmara de Lisboa sobre o AL, sendo que em cinco deles não há mesmo autorização para novas licenças, sendo já visível um abrandamento no investimento nestas zonas contudo, creio que esse abrandamento começou anteriormente, relacionado também com o aumento de preço, o que reduziu a rentabilidade para valores pouco atrativos. 
 
E no Porto?
No Porto estas restrições ainda não foram aplicadas, e a renovação do centro histórico vai de ‘vento em popa’ e mantém-se forte o investimento, sendo que, quando aplicadas (e se aplicadas) estas medidas, com certeza haverá também um abrandamento no Porto. 
 
Que medidas deveriam ser tomadas para que o setor imobiliário não apresentasse um arrefecimento, como tudo indica que está a acontecer?
Para os intervenientes do setor imobiliário, o mais importante é travar a especulação e praticarem-se preços atrativos, mas não fora dos valores de mercado, pois todos ficam a ganhar no final. 

“Ser mãe é mais difícil que ser gestora!”
 
Mariana Morgado Pedroso considera que “como profissional o percurso caracteriza-se por uma constante procura de conhecimento. Como gestora poderei dizer que adotei essa função olhando sempre para o gestor como alguém que deve ter capacidade de ver o cenário macro e micro e ser capaz de tomar decisões de forma célere sem nunca perder o fim em vista”. 
Na sua opinião, tem que ser capaz de se adaptar a circunstâncias diferentes e adaptar a sua empresa em função da conjetura em que vive, estando sempre atento às pessoas que o rodeiam para que todos estejam bem e no seu melhor. Frisando, “estas características de adaptação são parte de mim e portanto tenho-me dedicado a gerir o Architect Your Home com muita energia!”. Desabafa, “ser mãe é mais difícil que ser gestora! Obriga a gerir personalidades e sensibilidades tão diferentes como as minhas duas filhas têm, e obriga a ter competências que nenhum MBA fornece”. 

 


A renovação do centro histórico do Porto vai de ‘vento em popa’ e mantém-se forte o investimento
Susana Almeida, 18/04/2019
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