Oferta de cartões de crédito com pontos aumenta em Portugal;

Análise da ComparaJá.pt para a “Vida Económica” sobre este produto
Oferta de cartões de crédito com pontos aumenta em Portugal
A oferta de cartões de crédito aos quais são associados programas de pontos em que os clientes podem obter algumas vantagens sobre os pagamentos realizados através desse meio está a aumentar. Nesse sentido, a plataforma ComparaJá.pt desenvolveu uma análise para a “Vida Económica” em torno dos cartões de crédito com programas de pontos para ajudar os consumidores a identificar as melhores opções para o perfil do leitor.
 
A utilização dos cartões de crédito tem aumentado em Portugal. Os dados do mais recente Estudo “Basef Banca da Marktest” indicam que entre janeiro e outubro de 2019 foram contabilizados mais de três milhões de utilizadores de cartões de crédito em Portugal, apresentando-se este como o valor mais elevado dos últimos 17 anos (53% acima do que se registava em 2002). As próprias despesas dos portugueses com cartões de crédito representaram 92% da generalidade do montante de crédito concedido no ano passado, de acordo com o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho do Banco de Portugal. 
Os cartões de crédito que acumulam pontos permitem aos seus titulares que, mais tarde e após um determinado número de pontos, possam trocar essa quantidade arrecadada por compras, noites em hotéis, viagens, entre outros produtos e serviços, estando muitas vezes associados a um programa de fidelização. Deste modo, por cada compra que o cliente fizer com o seu cartão de crédito recebe uma recompensa. 
Cinco cartões 
de quatro instituições financeiras
 
Atualmente, existem cinco cartões de crédito com pontos diferentes de quatro instituições financeiras, cada um com as suas características e benefícios específicos, segundo a ComparaJá.pt. Apenas dois destes produtos financeiros (ambos do BCP) apresentam uma comissão de 0,50 euros por cada vez que o titular realiza pagamentos nos postos de combustível: é o caso do Classic do ActivoBank e do Gold do Millennium bcp. Também são somente dois os que possuem custos de inatividade (ambos do Unibanco), isto é, uma comissão por não utilização do cartão durante um determinado número de meses. 
O cartão de crédito Classic do ActivoBank não tem quaisquer custos com a comissão de disponibilização e é o que apresenta a TAEG mais baixa do panorama (15%). Com o Programa de Pontos Activo+, é possível acumular 0,1 pontos por cada euro gasto (o que equivale a um ponto por cada 10 euros despendidos). Estes pontos poderão ser trocados por descontos em lazer, decoração, moda, donativos, combustíveis, entre outras áreas.
Quanto ao cartão Rewards, da WiZink, este encontra-se isento de todos os custos contabilizados para efeitos de análise: comissão de disponibilização, taxa de gasolineira e comissão de inatividade. Com este cartão os clientes podem acumular um ponto por cada euro gasto, os quais poderão ser gastos em diversos parceiros durante cinco anos. 
Já no que diz respeito ao Gold do Millennium bcp, que é o único que cobra uma comissão de disponibilização (no valor de 30 euros anuais), este permite acumular um ponto por cada euro despendido. Este cartão encontra-se associado ao programa de fidelização Millennium Rewards, sendo que os pontos acumulados podem ser trocados por artigos deste catálogo, com uma validade de cinco anos e podendo escolher-se uma série de experiências a partir de uma extensa rede de parceiros.
Nesta análise, salienta-se ainda a presença de dois cartões do Unibanco: o Atitude e o Life, ambos com as mesmas características em termos de comissões, pontos, rede de parceiros e finalidade de utilização dos pontos. Cabe referir que estes dois produtos são os únicos em análise que cobram uma comissão pela sua não utilização (no valor de 3,33 euros), cobrada ao final de seis meses sem utilizar o cartão.
 
Olhar ao verdadeiro custo 
de cada ponto é fundamental 
 
“É muito importante que os portugueses percebam, aquando da sua análise, qual o verdadeiro custo destes pontos associados aos cartões de crédito”, adverte José Figueiredo, diretor-geral do ComparaJá.pt. “Deve-se, então, olhar para o número de pontos necessários para obter determinado produto e perceber qual o cartão mais vantajoso”. 
Para além desta análise à conversão dos pontos, é importante ter atenção a outros fatores relevantes, referindo o responsável do portal independente de comparação a este respeito que “no momento de escolher um produto desta natureza é essencial ter em conta outros fatores que não apenas os pontos auferidos, tais como comissão de disponibilização do cartão ou a TAEG. Não adianta escolher um cartão apenas pelo número de pontos que se acumula ou pela oferta de adesão se os custos que se tem com o produto forem demasiado elevados ao ponto de não compensarem”. 
“Logo”, remata a mesma fonte,” torna-se importante fazer uma análise ao mercado” e perceber qual o melhor cartão de crédito. “Este produto financeiro tem características e vantagens diferentes que devem ser ponderadas e comparadas com as necessidades do cliente. Só deste modo é possível que o consumidor encontre o cartão certo para colmatar as suas exigências e a utilização que faz do mesmo”, indica.

Aquiles Pinto aquilespinto@vidaeconomica.pt, 22/10/2020
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