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Os dados de evolução da população mundial são impressionantes. Basta andar “apenas” 50 anos para trás e eramos “apenas” 4.000.000.000. A população mundial duplicou em 50 anos. Ainda há cerca de uma década estávamos a falar no facto de termos chegado aos 7 mil milhões.
Fazendo um gráfico da população mundial dos últimos 10 mil anos, temos uma reta “quase horizontal” até cerca do ano 1800, quando ainda não chegávamos ao primeiro milhar de milhão e após o ano 1800 passámos para uma reta “quase vertical”… o chamado gráfico logarítmico. Foram precisos milhares de anos para chegar a mil milhões e pouco mais de 200 anos para chegar aos atuais 8 mil milhões.
Segundo algumas estimativas das Nações Unidas, podemos atingir um pico daqui por 60 anos, nos 10 mil milhões, essencialmente com a Ásia e África ainda a puxar pelos números, já que as “regiões desenvolvidas” têm já estado a contribuir para a estabilidade destes números. Estas mesmas projeções apontam para que se entre depois numa fase de manutenção da população nesta casa dos 10 mil milhões.
Um dos fatores mais importantes que nos trouxe até aqui foi o fator saúde. A vacinação e os cuidados de saúde diminuíram drasticamente a mortalidade infantil e fizeram a esperança média de vida aumentar muitíssimo. Para além do crescimento da população, esta foi-se tornando também cada vez mais envelhecida.
Quando procuramos construir uma carteira de investimentos, temos que pensar um pouco no médio e longo prazo e existem alguns pontos para os quais temos que olhar. Se, por um lado, as alterações climáticas estão a trazer dificuldades acrescidas na agricultura, por outro, esperamos passar de 8 para 10 mil milhões, pelo que temos sérios desafios pela frente no que concerne a alimentar todo o planeta. A temática da seca e de como captar, armazenar e distribuir água está na ordem do dia no nosso país… até já se fala em centrais de dessalinização.
O envelhecimento da população, mas também uma população mais ativa e com diferentes hábitos de consumo, trará desafios a setores como a saúde e o lazer. Outros temas que nos vão acompanhar nos próximos tempos são a transição energética, alterações climáticas e mobilidade, bem como vários temas mais ligados à tecnologia, como a digitalização, IoT (internet das coisas) e segurança.
Estes temas, também chamados megatendências, podem hoje ser encontrados com alguma facilidade em novos fundos de investimento e/ou ETF e devem ser utilizados como fortes complementos a carteiras de investimento mais genéricas e mais tradicionais.
Rui Castro Pacheco, Head of Investments Banco Best, 25/11/2022
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